sábado, 7 de agosto de 2010

Lançamento do CONTOS DO QUE IMPORTA

























CONTOS DO QUE IMPORTA



Jogo literário com o leitor
Publicação: 05 de Agosto de 2010 às 00:00

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/jogo-literario-com-o-leitor/155984

Uma história sempre tem mais de uma versão, segundo o escritor Raymundo Sá, quando se trata das amorosas é que a regra não permite exceção. Em seu livro, “Contos do que Importa”, Raymundo propõe um jogo literário, com o leitor. Ao colocar nas primeiras páginas, informações fictícias sobre os contos escritos, ele diz dar a oportunidade aos mocinhos e mocinhas envolvidos, contarem a sua versão da história. “Quando um conta, o outro é protagonista, isso só não acontece quando um dos dois está inacessível por razões que o próprio leitor é capaz de inferir”, disse Raymundo. O livro Contos do que Importa será lançado hoje, às 19h, no Solar Bela Vista. Durante o lançamento, alunos e professores do Solar farão uma apresentação musical.

Após lançar dois romances, o escritor envereda pelo mundo dos contos. Em poucas palavras ele descreve com que agora está preocupado menos com os personagens e mais com as histórias. “No romance o autor descreve o personagem detalhadamente. O personagem é uma pessoa conhecida. No conto, grande parte do que acontece, acontece só na cabeça do leitor”, revela Raymundo.

A passagem de um gênero literário para outro parece não ter sido difícil. Os vinte e cincos contos escritos nas cento e cinqüenta páginas do livro foram produzidos em apenas 45 dias. A facilidade foi tão grande, que o autor já tem a vista uma segunda publicação, que deve se chamar “Contos do que Importa II”.

No livro o autor fala do amor, como mera atração sexual até aquele considerado sublime. Mesmo sendo o sentimento um tema recorrente, o escritor diz que nenhum dos contos pode ser considerado como o resumo da obra. O autor revela que é difícil escrever e ao mesmo tempo ter um distanciamento completo da obra. “É difícil escrever, sem sofrer a influência do que vivemos”.

Um dos destaques que considera no livro é a impressão de seu estilo. Em “A troca de nomes”, o autor, para contar a história, recorre a diálogos curtos intercalados com narrativas em primeira pessoa. O coloquialismo e a expressão de ideias sem rodeios promovem uma leitura rápida e interessante. Como o próprio autor define, trata-se de um livro de escrivaninha, de bolso, de viagem. Desses que podem ser consultado de pouquinho e digerido em pouco tempo.

Trecho

“- Arthur?

- Sim.

- Precisamos falar contigo, é sério, é urgente. Um problema e tanto.

- Precisamos? Tu e quem mais?

- Marcos. É um cara legal, um meninão, aquele porra. De qualquer forma acho que vais gostar dele.

- O teu noivo?

- Mais ou menos. Onde preferes o encontro? Tem que ser lugar público.

Combinamos o lugar e a hora.

Vanilda, nessa época, era assim: rosto bonito, corpo gostoso, franca demais, desbocada e pouco estudiosa. Nos conhecemos na universidade onde entrou dois ou três semestres depois de mim. Cursávamos filosofia. Vezes houve em que tivemos aulas na mesma sala, eu “pagando” alguma cadeira que deixara para depois. A simpatia me pareceu ser mútua. Antes das aulas ficávamos conversando, ora em grupo, ora a sós, ocasiões estas em que mostrava seus lados crítico, sarcástico e ferino. Quando queria, também deixava ver sua doçura, sua meiguice, sua feminilidade, esta a melhor de suas faces. Tornamo-nos, mais que colegas, amigos e não foram poucas às vezes em que fiz seus trabalhos para ela poder dedicar seu tempo para o noivo recém conquistado. Sempre evitei conhecê-lo com essa ou aquela desculpa: creio que era ciúme. Acredito que ela terminou compreendendo e não mais insistiu neste assunto”...

Serviço

Lançamento de ‘Contos do que Importa’ de Raymundo de Sá. Hoje, 19h, no Solar Bela Vista. Av. Câmara Cascudo, 417 - Cidade Alta. Livro: R$ 25,00

CONTOS DO QUE IMPORTA


http://www.diariodenatal.com.br/2010/08/05/muito1_0.php
Escritor Raymundo de Sá lança hoje, no Solar Bela Vista, seu novo livro, Contos do que importa

Dos textos que importam

Quais as leituras importantes? Para uma vida dita breve é preciso mirar o tempo com alguma precisão para evitar a subtração de relevantes aprendizados literários. Contos do que importa (edição independente, 146 pág. R$ 25) é o título do mais novo livro do escritor Raymundo de Sá - autor dos romances Potyra e Infindável saudade. Não tem a pretensão de indicar as temáticas importantes dos contos. É mais conceitual. O leitor pode conferir hoje no Solar Bela Vista, a partir das 19h. O lançamento será animado pelo grupo No Tom do Brasil, formado por professores e alunos de música do Solar. A obra foi publicada com patrocínio da Promater via Programa Djalma Maranhão. O manauara Raymundo de Sá, de 73 anos (radicado em Natal há quase 30 anos), é escritor compulsivo. Já tem no prelo o livro Se explicado amor não foi, de poesias. De formação profissional, é engenheiro, graduado em Filosofia e com mestrado na área de concentração lógica. De filosofia, é escritor nato.


Obra é a primeira do gênero escrita pelo autor amazonense, radicado em terras potiguares há mais de 30 anos Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press
Entrevista: Raymundo de Sá

Quais os contos que importam?

O importante no livro é o tema (o que importa), os contos são simples, indo do fantástico ao trivial, passando pelo engraçado e pelo triste.

Moacyr Scliar considera a feitura do conto mais complexa do que o romance. O senhor concorda?

No romance, o leitor recebe descrições detalhadas dos personagens e da trama, ficando pouco à imaginação do leitor; no conto, as descrições são sucintas, cabendo ao leitor exercer sua criatividade. Em uma metáfora talvez um pouco apressada, no romance o leitor senta-se em uma poltrona, encosta-se no espaldar, coloca as pernas em uma banqueta, toma um gole de uísque, acende um cigarro, abre o livro e começa (ou continua); no conto o leitor senta-se na ponta da cadeira, está pronto a levantar-se e sair correndo para intervir na história que lia.

O senhor já publicou poesia e romance. Agora lança livro de contos. A inspiração respeita qual critério quando enfrenta o papel em branco?

A inspiração não respeita nada, nem nossos conceitos, nem o momento, nem o lugar. Chega sem avisar do mesmo jeito que pode ir-se, e não deixa nenhum indício que voltará logo ou vai demorar-se não sei quanto tempo.

Já na capa do livro há os dizeres "aos dezesseis sabe-se tão pouco que cabe em poucos gestos, em poucas palavras, em poucas linhas". Livros, só na madureza da idade?

Se o feto, no útero da mãe, tivesse o cérebro já desenvolvido, aí seria a ocasião correta para começar a ler. Quando começa a falar, quando começa a ler, essa é a época para começar uma atividade que não deveria ser nunca interrompida durante a vida.

O senhor é um escritor compulsivo, como já percebi em outras entrevistas. O ofício de escrever virou rotina, prazer ou trabalho?

Com a inspiração vem a compulsão; se a inspiração puxa a cadeira e se senta, vira rotina; se a inspiração parece que quer ficar mais tempo, vira prazer e o trabalho prossegue; se a inspiração vai embora, fica-se saudoso, ansioso que volte logo.

Serviço

Lançamento do livro Contos do que Importa

Autor: Raymundo de Sá

Data e hora: hoje, a partir das 19h

Local: Solar Bela Vista (Av. Câmara Cascudo, 417 - Cidade Alta)